ONG Inspiring Girls
Colaboradoras de FURNAS participam de evento em parceria com a ONG Inspiring Girls no Dia Internacional da Mulher
Profissionais dão dicas para estudantes e afirmam: Lugar de mulher é onde ela quiser
Publicado em: 10/03/2021
08/03, Dia Internacional da Mulher, quatro colaboradoras de FURNAS contaram suas histórias para uma plateia de meninas estudantes do ensino médio em evento virtual, fruto da parceria da empresa com a ONG Inspiring Girls Brasil. A iniciativa é voltada para estimular meninas e mulheres a trilhar áreas ligadas à Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). A ação se estende até meados de maio e 11 colaboradoras da empresa participarão.
A Superintendente de Comunicação e Relações Institucionais de FURNAS, Ana Claudia Gesteira, abriu o evento falando da satisfação na parceria com a Inspiring Girls, e sua luta para fazer a diferença. “A gente sabe da dificuldade das meninas que vêm de escola pública e os preconceitos que as mulheres enfrentam nas empresas de engenharia. Mas é possível mudar. A luta é permanente. Sucesso e muito obrigada pela parceria”, completou ela.
Na primeira conversa, a analista de Segurança da Informação de FURNAS, Cami Girondi, falou sobre sua jornada pelo universo da Tecnologia da Informação. “Meus pais sempre me estimularam a buscar o conhecimento. Entrei na escola técnica com 13 anos e o que me mais lembro era da solidão de pertencer a um curso onde, além de mulher, eu era a mais nova da turma”, lembrou ela.
“Meu primeiro estágio foi de monitora em uma escola técnica. Eram 50 alunos e só uma mulher. Com 18 anos, fui para FURNAS como estagiária na Subestação Grajaú, onde éramos apenas quatro mulheres, entre vários homens. Na minha última pós em Segurança da Informação, eram 16 alunos e eu era a única mulher. Os primeiros períodos foram muito tensos, eu ficava arrasada quando alguém perguntava algo para o professor e virava para mim e perguntava se eu tinha entendido a pergunta, mesmo tendo outros alunos, homens, menos experientes que eu. Muitas vezes na minha vida foi assim. O olhar da mulher é diferenciado, por isso a presença feminina (não só na área de tecnologia) é necessária, e precisa ser defendida!”, disse Cami.
A dica dela para as estudantes que pretendem seguir as áreas de exatas é: “Estudem sempre, dediquem-se. Cuidem-se, sejam gratas e façam autocrítica, sempre. Tenham a humildade de errar e aprender. Só acerta quem tenta”, completou Cami.
Priscilla Mansur, gerente Substituta de Contabilidade e Fiscal, falou sobre os desafios da mulher no mercado financeiro. Ela lembrou que muitas de suas escolhas foram por necessidade. “Eu escolhi técnico em contabilidade pela facilidade em conseguir estágio, sem nem conhecer muito da profissão, e escolhi a FAETEC por ser mais perto da minha casa. Eu não tinha condição de pagar faculdade”, afirmou ela.
“Mulher tem que ser a melhor em tudo para conseguir passar na peneira. Fiz concurso para a Eletrobras e passei em sétimo lugar. Levei dois anos para ser chamada, pedi demissão na KPMG, onde já era auditora, para ir para Eletrobras voltar a ser nível técnico. Às vezes, a gente tem que dar um passo para trás para dar vários para frente. Após dois anos trabalhando como técnica em contabilidade fiz o concurso para Contadora de Furnas vindo a ser convocada 5 anos depois. O negócio do contador não é número, número o computador faz. O desafio do contador é a visão, é interpretar os números, ver seu impacto no negócio e na vida das pessoas”, completou Priscilla.
Na parte da tarde, a gerente de Planejamento e Controle de Suprimentos, Anne Neiry Lopes falou sobre por que lugar de mulher também é na Engenharia. Engenheira civil com mestrado pela UnB e doutorado pela UFRGS em Engenharia de Materiais para Construção, ela contou da sua trajetória desde ensino fundamental em escola pública em Gurupi - TO até suas conquistas atuais.
"Quando ingressei na Faculdade, de 50, éramos somente 5 mulheres. Essa proporção tem mudado, mas ainda somos minoria na área. E está refletido no ambiente empresarial de Engenharia. O desafio de nos colocar, nos posicionar firmemente nesse ambiente masculino é uma constante", disse ela.
" O caminho não é fácil, exige luta, coragem e determinação para a superação das barreiras, e não se pode perder de vista que é necessário estudar, estudar e estudar sempre, saber se relacionar, se comunicar de forma assertiva e ser humana com as pessoas, e algo que sempre levei comigo, se surgir uma boa oportunidade, diga sim, depois você aprende ou vê como fazer", disse ela.
Michelle Telles, assessora de Diretoria de Operações e Manutenção, fechou a participação de FURNAS no evento de ontem falando sobre sua trajetória da universidade à liderança em operações. A advogada e mestre em Direito Público lembrou que foi a primeira da família a chegar à universidade. “O conhecimento liberta. Te dá opções. Uma formação sólida não te ajuda só a achar um bom emprego, te ajuda a construir relações que são boas para você
Michelle mandou o seguinte recado para as meninas: “Que nossos erros e acertos sirvam para que vocês possam apurar suas escolhas. Minha dica é estudar, estudar e estudar. Estou em FURNAS há dez anos e estudo todos os dias. Tenha coragem, enfrente, se prepare e esteja pronta para quando a oportunidade chegar”.
Sobre a ONG
A Inspiring Girls nasceu em 2016, na Inglaterra, para ampliar os horizontes profissionais das meninas, organizando em escolas encontros entre estudantes de 10 a 15 anos com mulheres que atuam em cargos de gestão e profissões vistas como "masculinas". São mostradas carreiras e opções profissionais, tendo como principal referência mulheres dos setores de tecnologia e engenheira, carreiras historicamente dominadas por homens.
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