Operação pioneira completa 50 anos


Operação pioneira para o setor elétrico brasileiro completa 50 anos


Manutenção de linhas de transmissão de energia elétrica energizadas foi importada por FURNAS nos anos 70 e foi um importante avanço tecnológico


Em 1970 FURNAS trouxe para o país a metodologia de manutenção de linhas de transmissão de energia elétrica energizadas. A chamada “manutenção em linha viva”, que completa 50 anos em 2020, representou um importante avanço tecnológico para o setor elétrico brasileiro. “Antes, uma operação do tipo exigia a interrupção do fornecimento, deixando municípios e milhares de pessoas sem energia. Com a técnica de linha viva, podemos realizar a manutenção com as linhas ligadas, propiciando maior confiabilidade para o setor elétrico e benefícios para a sociedade”, explica o engenheiro eletricista Gerson Resende, da gerência de Linhas de Transmissão de FURNAS.

A iniciativa também permitiu a especialização dos eletricistas de linha de todo o setor elétrico, que passaram a exercer funções e tarefas mais técnicas e com alto nível de segurança. Por conta da importância, da qualidade e dos riscos inerentes da atividade, FURNAS também consolidou-se como referência para as demais empresas do setor, e passou a fornecer consultorias para as companhias do mercado de energia.

“O ineditismo de FURNAS e as primeiras experiências foram fundamentais para as práticas adotadas no mercado hoje. As demais empresas nacionais também deram enorme contribuição ao setor elétrico brasileiro, a partir do momento em que foram adaptando a técnica de linha viva às suas necessidades, evoluindo na aplicação da metodologia em níveis de tensão mais elevados", afirma Ricardo Abdo, gerente de linhas de transmissão da empresa.

Na década de 70, o sistema de transmissão de FURNAS em extra alta tensão (vale lembrar que o Sistema Interligado Nacional foi criado em 1998) tinha uma responsabilidade de fornecimento de energia em larga escala, por meio de linhas de 345 kV e, portanto, a manutenção não podia ser feita com riscos de desligamentos frequentes de suas linhas. Hélio Fernandes Machado, Renato Leal Crusius e Celso Rezende Magalhães, profissionais do Departamento de Transmissão da empresa, foram os primeiros a receber o treinamento para manutenção em linha viva. "Adquirimos o equipamento da americana AB Chance e no pacote tivemos o primeiro treinamento com a própria empresa, no campo da Usina de Furnas (MG), em tensão de 345 kV. Também fizemos especializações nos EUA e Canadá e a partir daí passamos a coordenar o treinamento para os demais empregados da companhia”, relembra o engenheiro aposentado Renato Crusius, de 76 anos.

A partir da experiência bem sucedida de FURNAS, as demais empresas de transmissão do país, como Chesf, Cemig, Copel, Eletrosul e Eletronorte, também passaram a treinar seus eletricistas com a nova técnica. “Além do aumento da confiabilidade do sistema elétrico, ao disponibilizar maior fornecimento de energia aos consumidores sem interrupções, a metodologia mostrou-se mais técnica, qualificada e segura”, reforça Gerson Resende.

"Com o decorrer dos anos a manutenção em linhas energizadas evoluiu, desde as técnicas adotadas até os critérios de segurança, formação e qualificação dos eletricistas. FURNAS, hoje, executa a atividade em LTs de 138, 230, 500, 600 e 750 kV”, declara Ricardo Abdo, gerente de Linhas de Transmissão. 


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