FURNAS realiza programa de conservação de aves em São Paulo


As ações mobilizam crianças de escolas rurais e moradores de 17 municípios visando promover a conscientização ambiental para preservação de espécies raras e ameaçadas de extinção


Publicado em: 26/07/2022

FURNAS está executando, no estado de São Paulo, o Programa de Conservação da Avifauna. A iniciativa contempla a região onde se localiza a linha de transmissão (LT) 750 kV Itaberá-Tijuco Preto III, operada pela empresa. O programa, que identificou 319 espécies de aves até o momento, tem como objetivo promover a conscientização ambiental para a preservação das aves da Mata Atlântica, a partir de oficinas pedagógicas e palestras para alunos de escolas rurais e moradores de 17 municípios ao longo de mais 300 quilômetros do empreendimento. 

Entre as mais de 300 espécies identificadas estão a perdiz, a garça-real, o beija-flor-de-papo-branco, a tiriba-de-testa-vermelha, o chibante e o sanhaço-de-encontro-azul. Destas, quatro são consideradas endêmicas da Mata Atlântica (beija-flor de papo branco, tiriba de testa vermelha, chibante, e sanhaço de encontro azul) e três são ameaçadas de extinção (perdiz, garça azul chibante). Considerando as três campanhas do Programa, o número de espécies ameaçadas e quase ameaçadas de extinção chega a 25.

FURNAS conta com o serviço de consultoria especializada da Ecologic – Centro de Avaliações e Perícias Ambientais para realizar o Programa de Conservação da Avifauna. A empresa faz o levantamento de dados primários por meio de campanhas de campo na linha de transmissão, com foco em identificar as áreas de ocorrência de espécies da avifauna endêmicas e ameaçadas de extinção da Mata Atlântica, ao longo do corredor de remanescentes florestais. Além disso, a equipe levanta as possíveis causas de ameaças à avifauna local e propõe a implementação de medidas para a manutenção e recuperação das populações.

“A atuação de FURNAS sempre foi orientada por políticas ambientais que buscam a integração harmônica de seus empreendimentos com o meio ambiente. Por isso, significa muito participar de um projeto dessa magnitude, com a questão conservacionista envolvida, em que a empresa pode contribuir com a ciência em um levantamento da avifauna no Bioma Mata Atlântica”, explica o biólogo de FURNAS Fernando Vieira Machado, responsável pelo projeto. A ação na LT 750 kV Itaberá – Tijuco Preto III faz parte do cumprimento da Licença de Operação (L.O) nº 140/2001, no âmbito da Condicionante Específica nº 2.4, a qual se refere à Fauna Silvestre.


Educação Ambiental para crianças

As ações de educação ambiental acontecem junto a estudantes do Ensino Fundamental e à população dos municípios de Itaberá, Itapeva, Buri, Sarapuí, Salto de Pirapora, Piedade, Ibiúna, Suzano, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Rio Grande da Serra, Suzano, Mogi das Cruzes e Embu-Guaçú. No total, mais de 1.000 alunos já participaram de exercícios teóricos e práticos sobre conservação do meio ambiente.

Fernando Vieira acredita que o engajamento das escolas é fundamental para o bom andamento do programa. “O envolvimento do público escolar na conservação da avifauna desperta o sentido de pertencimento e afetividade com o local onde vivem, pois são eles que terão a governança sobre a terra, podendo ajudar no controle de acesso e evitar a entrada de caçadores”, complementa Vieira. 


Conhecer para preservar: como o trabalho é feito nas escolas

A primeira campanha da ação de Educação Ambiental nas escolas foi iniciada no município de Itaberá, no mês de abril, e teve duração de 34 dias.

O biólogo e ornitólogo da Ecologic Patrick Pina conta que as oficinas pedagógicas são estruturadas de forma a apresentar a vida das aves aos alunos das escolas rurais situadas nas proximidades da LT. “Durante as visitas, as crianças têm acesso a uma exposição científica com materiais reais, como ninhos, ovos e penas, além de atividades interativas com jogos e competições”, diz.

Os estudantes recebem informações sobre os hábitos e características das aves, como reprodução, alimentação, plumagem e cantos. O circuito trata ainda dos problemas que podem surgir do convívio da humanidade com as aves, e que posturas devem ser tomadas.

“Ao final de cada visita, surpreendemos alunos e professores com algum item para relembrar o que foi aprendido. Na primeira oficina foram oferecidos ninhos de porungas (ou cabaças) para cada turma instalar no ambiente escolar e observar o uso pelas aves. Todos também receberam sementes de plantas para cultivar nas escolas e em casa, ampliando o público educado por esta ação de conservação. A receptividade das escolas tem sido maravilhosa e o sucesso das oficinas se vê na empolgação das crianças e da comunidade escolar. Afinal, só se conserva o que se conhece”, conclui Pina.