FURNAS patrocina projeto que reintroduz antas em reserva ecológica do Rio de Janeiro

Iniciativa tem o objetivo de trazer de volta a espécie à vida livre no estado

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Selecionada por FURNAS por meio do Edital de Projetos Socioambientais das Empresas Eletrobras 2021, o projeto ANTologia – em parceria com o programa de restauração e interações ecológicas Refauna - reintroduziu mais um casal de antas brasileiras (Tapirus terrestris) em áreas do entorno da Reserva Ecológica do Guapiaçu e do Parque Estadual dos Três Picos, no município de Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro.

O projeto busca estabelecer a primeira população estável da espécie (o que seria atingido com algo em torno de 50 indivíduos) no estado após mais de 100 anos de sua extinção no ambiente natural. Antes da iniciativa, os registros históricos dão conta de que a última anta em vida livre fora observada em terras fluminenses em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Os novos animais chegaram à reserva nessa quarta-feira (30), depois de uma viagem de cerca de dezesseis horas, vindos do Centro de Conservação da Fauna Silvestre (CCFS) de Ilha Solteira, em São Paulo.

O ANTologia faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação de Ungulados e vem ao encontro das iniciativas de FURNAS voltadas para proteção do meio ambiente e o compromisso social. A empresa realiza ações que demonstram alto potencial de conservação da fauna e da flora brasileira com algum grau de ameaça de extinção.

O biólogo de FURNAS e responsável técnico do projeto na empresa, Felipe Manzano, fala sobre a importância do projeto. “A anta é o maior mamífero terrestre brasileiro, possui uma grande importância ecológica e devido à pressão humana, principalmente a caça, chegou a ser considerada extinta no estado do Rio de Janeiro”, explica.

“Elas são animais de grande porte, que se alimentam de frutos e folhas em grande quantidade e caminham por extensas distâncias, sendo excelentes dispersores de sementes, que são liberadas em vários pontos da floresta através de suas fezes, possibilitando um grande potencial de germinação para produzir novas árvores, beneficiando outros animais e o crescimento da floresta”, explica, citando o seu apelido de “jardineiras da floresta”. Felipe destaca ainda que as ações de conservação voltadas para espécies-chave do ecossistema permitem a proteção e melhoria no ambiente para outras espécies.

O casal de antas a ser reintroduzido na Reserva Ecológica do Guapiaçu e Parque Estadual dos Três Picos foi doado pelo CCFS para o projeto realizado pelo ANTologia. O macho é oriundo do zoológico de Sorocaba, tendo sido recebido no CCFS no ano de 2011. Já a fêmea veio de vida livre, vítima de queimadas no ano de 2021.

O trabalho de reintrodução envolve uma temporada de cerca de um mês em área cercada na reserva para aclimatação. Esse período permitirá que as antas possam se acostumar com o novo ambiente. Após a temporada no cercado, elas ganharão a floresta.

As antas receberão um colar de telemetria para serem monitoradas. O monitoramento do casal também será feito pela equipe do Projeto ANTologia usando “armadilhas fotográficas”. O objetivo é principalmente verificar a sobrevivência dos animais, seu estabelecimento na natureza e reprodução.   

Além de desenvolver projetos que contribuem para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, FURNAS assinou o Compromisso Empresarial Brasileiro para Biodiversidade em 2019, que estabelece metas para o atendimento destes compromissos, também alinhados à sua política ambiental.  Como um de seus propósitos, estabeleceu a meta de número 4 (“Desenvolver e incentivar estudos, projetos de pesquisa, tecnologia e inovação que contribuam para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos”), que incentiva a captação de recursos e seleção de projetos de pesquisa voltados para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. 

Por: Gisele Alves