Iniciativa patrocinada por FURNAS fará reintrodução de antas na Mata Atlântica

Projeto ANTologia foi selecionado por meio do Edital de Projetos Socioambientais das Empresas Eletrobras 2021

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Selecionada por FURNAS por meio do Edital de Projetos Socioambientais das Empresas Eletrobras 2021, a ação ANTologia iniciará a reintrodução e monitoramento de um casal de antas brasileiras (Tapirus terrestris) em áreas do entorno da Reserva Ecológica do Guapiaçu e do Parque Estadual dos Três Picos, com localização no município de Cachoeiras de Macacu, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A reintrodução das antas tem o objetivo de estabelecer uma população na região do Mosaico Central da Mata Atlântica Fluminense, trazendo de volta uma espécie localmente extinta. O projeto, que será executado em 15 meses, busca a readaptação e reprodução dos animais em vida livre e foi desenvolvido pelo Instituto Asa Socioambiental, em parceria com o Refauna, iniciativa científica de ecologia e conservação.  

A técnica utilizada para a reintrodução dos animais na mata é a chamada soltura branda (soft release), que consiste em mantê-los em um cercado de aclimatação por cerca de 30 dias, a fim de acostumá-los ao novo ambiente, promovendo a transição de forma gradual da dieta e ganho de peso, além da observação de possíveis problemas. Na fase inicial, após a realização de protocolo de avaliação sanitária e autorização dos órgãos ambientais, as antas serão examinadas, microchipadas e receberão colar de telemetria para monitoramento de movimentação.  

O biólogo de FURNAS e também um dos responsáveis técnicos do projeto, Felipe Viana Manzano, explica que após a abertura do cercado construído no local de soltura, o período de monitoramento pós-soltura será iniciado, assim permitindo a avaliação da sobrevivência e o estabelecimento de área de vida no local.  “Será estabelecida uma rotina de monitoramento destes animais feita por busca ativa, com o auxílio da telemetria e com armadilhas fotográficas que serão instaladas nos fragmentos florestais utilizados para reintrodução”, explica.  

De acordo com Felipe, a construção do cercado de aclimatação está prevista para o mês de março e ficará em local afastado das áreas de soltura já utilizadas, para evitar conflitos com os animais que estão com território estabelecido. Já a chegada das antas está prevista para julho, no entanto este planejamento pode ser alterado devido às burocracias que envolvem a autorização de transporte.

Claudia Regina Tenório, do Departamento de Responsabilidade Social, Marca e Reputação de FURNAS, destaca que a inserção de espécies em novos locais precisa da aceitação e apoio da população do entorno para ser bem-sucedida e sustentável. Para envolver a comunidade no processo, além de ações de comunicação que visam a garantia da mobilização e sensibilização em prol desta ação, jovens estudantes serão selecionados e treinados para o monitoramento dos animais reintroduzidos. Eles atuarão como multiplicadores das informações sobre os benefícios da reintrodução de fauna nativa em áreas de Mata Atlântica. 

“Também serão realizadas ações de educação ambiental com moradores e crianças das escolas locais. Ainda serão capacitados 25 jovens para que atuem como multiplicadores de informações sobre a reintrodução das antas e sua importância para a conservação do meio ambiente em suas comunidades. Materiais didáticos estão sendo elaborados de forma a engajar as pessoas na preservação dessas espécies”, destacou Claudia Tenório.  

O projeto ANTologia, que faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação de Ungulados, vem ao encontro das iniciativas de FURNAS voltadas para proteção do meio ambiente e o compromisso social. A empresa realiza ações que demonstram alto potencial de proteção da fauna e da flora brasileira com algum grau de ameaça de extinção.

Além de desenvolver projetos que contribuem para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, FURNAS assinou o Compromisso Empresarial Brasileiro para Biodiversidade em 2019, que estabelece metas para o atendimento destes compromissos também alinhados à sua política ambiental.  Como um de seus propósitos, estabeleceu a meta de número 4 (“Desenvolver e incentivar estudos, projetos de pesquisa, tecnologia e inovação, que contribuam para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos”), que incentiva a captação de recursos e seleção de projetos de pesquisa voltados para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. 
 

Por: Larissa Marques